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Um ano de muitos movimentos na moda.

Foto do escritor: Beth VenzonBeth Venzon

O ano de 2024 está chegando ao fim e se mostrou um ano de muitos movimentos na moda, principalmente quando o assunto são diretores criativos  da marcas. Vocês já ouviram tantas notícias sobre isso e não é esse meu foco, mas meu ponto de partida. Há algum tempo (re)pensar o sistema da moda e o seu funcionamento, tem sido motivo de muitos debates. Estamos no século 21 e as transformações compõem o cenário.


Para onde vamos? Não tenho respostas, mas me permito aqui compartilhar algumas reflexões que envolvem conceitos ao meu ver importantes e fundamentais busca por transformações.


A moda com certeza sempre foi e é intensa, repleta de movimentos. Novidade é palavra chave em seu conceito desde o início: criações, lançamentos, eventos, todas as inovações inseridas em seu significado nas infinitas possibilidades. Afinal de contas, surpreender e encantar continua sendo o seu grande desafio.


A intensidade  de nosso cotidiano, mesclando universo físico e digital, impõe um ritmo intenso onde a atenção se torna mais complexa, o tempo é veloz e a intensidade de novidades é maior a cada dia. Em meio a velocidade que vivemos nosso tempo presente, cada dia parece ser mais difícil  fixar o olhar  em algo  e demorar-se para  observar, apreciar, entender.



Dries van Noten, criador belga maravilhoso, neste ano se despediu das passarelas. Conquistou o mundo  aos poucos a partir de 1986, quando se apresentou na Europa no importante e icônico grupo Antwerp Six. Seu jeito único, apaixonado  e cheio de cuidados ao  cultivar as flores em meio a  natureza ou observar e estudar atentamente a arte, são exemplos  de seu jeito singular de criar narrativas com suas criações.


A cada coleção novos capítulos de uma história construída em 38 anos de muita dedicação, amor e determinação. Genialidade na forma de construir sua moda, mostrou o tempo da leveza e a força das propostas criativas, poesia nas narrativas e a profundidade na construção de suas ideias. Disciplina, criatividade, fascínio pelos detalhes, observador atento que nos presentearam com composições e cores  fascinantes. Códigos de Dries.



Aliás, as cores são a festa e a extensão de sua observação; colorista precioso, antecipou tonalidades e combinações. Muitas vezes as camadas e sobreposições  é que traziam à tona novas vibrações de cor.  

Para mim ele sempre foi admiração, encanto e aprendizado.



Os ciclos se encerram, mas seu legado é eterno.


Aqui o exemplo e a referência a Dries Van Noten, é sobre o tempo de viver a criação, da observação, dos questionamentos que sempre fazia, das composições das peças, dos looks, dos arranjos de flores em sua casa, ou dos jardins de sua propriedade. Completa inspiração!


Em tempos efêmeros, a busca pelo autoral se torna fundamental. Vejo muitos exemplos e iniciativas nesse caminho aqui e no mundo, principalmente ao acompanhar de perto alguns criadores e  ao viver uma semana como a Design Week de Milão em Abril deste ano. Moda e Design que fazem sonhar, que inspiram , que inovam, estimulam,  vivem e nos convidam a vivenciar experiências criativas entre o artesanal e o tecnológico, desenhando caminhos  incríveis para um novo amanhã. 


Walter Rodrigues, esse genial criador e amigo querido sempre fala  “eu acredito no poder do tempo, eu acredito na alma e nas histórias que carregamos!”


Feliz 2025! Que possamos encontrar o tempo para observar, buscar inspirações e criar narrativas fascinantes sempre!



Beijos, Beth.




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